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Foto do escritorEliézer Fernandes

Oito militares são condenados por matar o músico Evaldo dos Santos e o catador Luciano Macedo

Atualizado: 1 de set. de 2022

Oito dos 12 militares envolvidos na ação foram condenados a quase 30 anos por duplo homicídio e tentativa de homicídio; outros 4 foram absolvidos. Defesa informou que vai recorrer.

A foto mostra Evaldo dos Santos, músico, usando um óculos de armação preta e uma camisa branca e Luciano Macedo, catador, usando um boné vermelho da Nike.
Evaldo dos Santos e Luciano Macedo, vítimas da ação militar. Foto: Diário do Nordeste.

Oito militares do Exército foram condenados, no início da madrugada desta quinta-feira (14), por matar o músico Evaldo Rosa e o catador de latinhas Luciano Macedo, em 2019.


Por 3 votos a 2, a Justiça Militar os julgou culpados por duplo homicídio e tentativa de homicídio – o sogro de Evaldo, Sérgio, ficou ferido e sobreviveu. A defesa informou que vai recorrer e os réus respondem em liberdade até que o caso transite em julgado – ou seja, que se esgotem os recursos.


O tenente Ítalo da Silva Nunes, que chefiava a ação, foi condenado a 31 anos e 6 meses, outros sete militares receberam pena de 28 anos e quatro militares foram absolvidos.


Todos os 12 foram absolvidos do crime de omissão de socorro.

"Eles não têm noção de como estão trazendo uma paz para a minha alma. Eu sei que não vai trazer o meu esposo de volta, mas não seria justo eu sair daqui sem uma resposta positiva", disse Luciana, viúva de Evaldo, após o julgamento. "Hoje vou chegar em casa, vou tomar um banho e acho que hoje vou conseguir dormir."

Relembre o caso



Evaldo teve o carro fuzilado no dia 7 de abril de 2019 e morreu no local. No total, 257 tiros foram disparados – 62 atingiram o veículo. Luciano tentou ajudar o músico e foi atingido. Ele morreu 11 dias depois, no hospital.


O julgamento na Justiça Militar, na Ilha do Governador, Zona Norte, durou mais de 15 horas: começou às 9h17 e terminou depois das 0h30.


Em votação, o conselho da Justiça Militar, composto por cinco magistrados – quatro deles militares –, considerou culpados oito réus por homicídio e tentativa de homicídio.


A princípio, o Ministério Público Militar (MPM) denunciou pelos crimes 12 militares, todos praças.


Mas o próprio MPM pediu a absolvição de quatro militares que não dispararam, alegação aceita pela Justiça Militar.


Durante as alegações finais da promotoria do Ministério Público Militar, a responsável pela denúncia criticou a versão dos agentes de que eles agiram em autodefesa.


A defesa pedia a absolvição dos militares alegando que houve um confronto e que a região era conflagrada.


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