Cesta básica mais cara pesa na mesa do brasileiro
- Ivo Mendes
- há 2 dias
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Nos últimos meses, um grande vilão tem afetado a vida de milhões de brasileiros. Não se fala em outra coisa nas filas dos supermercados, padarias e açougues, senão sobre o aumento substancial dos itens da cesta básica.

Itens como café, óleo, arroz, carnes e até mesmo os ovos estão entre os produtos que sofreram aumentos sucessivos. Esses reajustes têm levado muitas pessoas a reduzir a quantidade de alimentos comprados para adequar os gastos ao orçamento, pressionando o poder de compra das famílias brasileiras. Essa situação tem gerado mau humor e sucessivas quedas na avaliação do governo Lula. Apesar de vivermos em uma sociedade de livre mercado, onde o governo não dita o preço dos alimentos, há possibilidades de redução de impostos e diálogo com o mercado para amenizar os impactos no bolsos dos brasileiros.
Patriotismo x Exportação
A antiga propaganda de que o agro alimenta o Brasil parece estar começando a cair por terra, sobretudo pela priorização na exportação de alimentos em detrimento ao mercado interno, o que tem afetado o abastecimento nacional.
Essas práticas do agronegócio demonstram que o patriotismo só existe até a página do dólar, com os produtores priorizando vendas para outros países e deixando o mercado interno desabastecido, aumentando significativamente os preços dos alimentos, como está ocorrendo em nosso país. Além disso, circulam nas redes sociais vídeos de produtores descartando alimentos porque os preços estavam muito baixos. Diante dessa situação, um grupo de deputados do PSOL protocolou um projeto de lei que visa à punição daqueles que descartarem alimentos com intuito de manipular os preços.

Diversos fatores explicam o aumento nos preços dos alimentos, segundo publicação divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), dentre eles estão as mudanças climáticas - provocadas pela ganância do homem - e a mudança nas culturas agrícolas.
O agronegócio tem priorizado a plantação de milho e soja com foco na exportação, em detrimento do abastecimento do mercado interno. Além disso, a alta demanda por alimentos, segundo especialistas, foi intensificada por programas de combate à fome, como o Bolsa Família. A redução da produção agrícola também contribui para a inflação. Ainda de acordo com o estudo, a área de cultivo agrícola aumentou de 65 milhões de hectares em 2010 para 96,3 milhões de hectares em 2023. No entanto, não há motivos para comemorar, uma vez que é devido ao plantio de soja e milho, que beneficia principalmente a exportação e aumenta a monocultura no uso do solo.
Redução dos preços
Nas últimas semanas, após o clamor popular, o governo federal resolveu agir, mesmo que de maneira tardia, cortando impostos de diversos itens da cesta básica. Espera-se que essas ações impactem e reduzam os preços dos alimentos, favorecendo principalmente as classes C, D e E, visando ao aumento de seu poder de compra, ao menos para os itens essenciais como os da cesta básica.
Ao percorrer os supermercados brasileiros, já é possível observar a diferença do preço de alguns alimentos como o arroz, o feijão, o óleo, carnes e azeites, que começaram a apresentar uma leve quedas nos preços.

A sociedade também espera que os parlamentares trabalhem de fato para o povo brasileiro deixando de lado pautas partidárias e ideológicas, como por exemplo, a anistia para os golpistas que invadiram o Palácio do Planalto em uma tentativa frustrada de Golpe de Estado, no fatídico 8 de janeiro.
A população brasileira está exausta diante da impunidade e das discussões que não promovem melhorias para aqueles que sustentam a maior carga tributária do país, mas continuam sendo os menos beneficiados por esses recursos.
Texto escrito por Ivo Mendes
É ativista e militante há mais de 14 anos em pautas antirracistas e no combate às desigualdades sociais no Brasil. Retirou o medo do seu vocabulário, por isso é um sonhador por essência e entusiasta por sobrevivência. Formado em Gestão da Tecnologia da Informação, passou pela vida política da Baixada Santista e integra a equipe de colunistas do Portal Águia.
Revisão por: Eliane Gomes Edição por: Katiane Bispo
Infelizmente, esta é uma realidade mundial