Atualmente, são 19 milhões de pessoas vivendo em grave insegurança alimentar no Brasil.
A fome no Brasil avança e atinge, em dois anos, mais nove milhões de pessoas. O levantamento mais recente da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) indica que no total 19,1 milhões de cidadãos se enquadram neste perfil, ou 9% da população brasileira.
O estudo foi realizado em dezembro do ano passado, em 2.180 domicílios das cinco regiões do Brasil, tanto em áreas urbanas como rurais. A entidade também concluiu que, com a pandemia da Covid-19, cerca de 116,8 milhões estão em algum grau de insegurança alimentar — leve, moderado ou grave.
A Rede Penssan explica que a insegurança alimentar acontece quando o indivíduo não tem acesso pleno a alimentos. Os dados da pesquisa indicam que o número corresponde a mais da metade da população brasileira, estimada em 213,6 milhões.
Além disso, o montante equivale a mais de duas vezes a quantidade de habitantes da Argentina, de 45,3 milhões, segundo o Banco Mundial.
É um cenário que não deixa dúvidas de que a combinação das crises econômica, política e sanitária provocou uma imensa redução da segurança alimentar em todo o Brasil.
O Nordeste foi a região brasileira com o maior número absoluto de pessoas nessa condição. De acordo com o estudo, são quase 7,7 milhões de nordestinos que passam fome, dentro do que se considera grave insegurança alimentar.
A região Norte, por sua vez, representa 14,9% das pessoas que não têm o que comer no país. Apesar de ocupar uma parcela significativa nesse ranking, os estados nortistas abrigam apenas 7,5% da população do país.
Em 2020, o índice de insegurança alimentar esteve acima dos 60% no Norte e dos 70% no Nordeste – enquanto o percentual nacional é de 55,2%. Já a insegurança alimentar grave (a fome), que afetou 9,0% da população brasileira como um todo, esteve presente em 18,1% dos lares do Norte e em 13,8% do Nordeste.
O Nordeste apresentou o maior número absoluto de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, quase 7,7 milhões. Já no Norte, que abriga apenas 7,5% dos habitantes do Brasil, viviam 14,9% do total das pessoas com fome no país no período.
Além disso, a conhecida condição de pobreza das populações rurais, sejam elas de agricultores(as) familiares, quilombolas, indígenas ou ribeirinhos(as), tem reflexo importante nas condições de segurança alimentar. Nessas áreas, em todo o país, a fome se mostrou uma realidade em 12% dos domicílios.
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Dados retirados do site http://olheparaafome.com.br e da matéria da CNN Brasil: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/fome-avanca-e-atinge-mais-9-milhoes-de-brasileiros-nos-ultimos-dois-anos/?amp=&utm_source=social&utm_medium=twitter-feed&utm_campaign=nacional-cnn-brasil&utm_content=link&__twitter_impression=true&s=08
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